Doce dor, volta a mim
Deixa-me correr até ti
Deixa o meu corpo, imundo, deplorável
Esquecer a vida deitado nos teus braços
“Shiuu” dizes tu, monótona voz aliciante,
Belo é som das lágrimas que caem do rosto de uma criança
Mais belo ainda é o som que fazes
Ao cantar as músicas de embalar
[faz-me adormecer uma vez mais…]
E dizeis vocês, que a vida é melhor que a morte!
Nada é melhor que esta dor anestesiante
Que enche o meu corpo de êxtase viciante
A droga que move mundos
E no entanto há algo que me espera
Mas eu! Não tendo o futuro!
Vivo o presente, olhando para o passado
Trágico, adormecido…
Um sorriso cresce em mim,
Choro, e doí, não a bela dor de outrora
E eu, entre pasmos de dor e saudade
Grito, gemo, morro!
Degenero a uma besta viciada
Na sua vida rasgada por um sorriso desvancescente!
Que me corrompe a alma
E me leva á loucura de outro ser
Agora, vejo com os meus olhos,
Aqueles que me tinha roubado
[ás vezes rezo a esse ser que me desintoxicou que mos roube outra vez…]
E vejo brilho, a cor, a beleza,
Vejo a vida, a morte e a dor nos olhos deles
Que vivem viciados, tal como eu vivi
Mas que um ser, tal ser mais poderoso
Que te dá tudo sem nada receber
Cujo nome, que não deve ser pronunciado, é amor
O meu corpo viciou, noutro êxtase
Vivo, quente e deleitoso
Sem comentários:
Enviar um comentário
Sejam reais! Dêem opiniões reais! Não se escondam, não imitem, sejam vocês mesmos.