sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Caí

Quis correr para os teu braços, mas tudo á minha volta desvanecia a cada passo que dava, corri mais rápido, estavas tão perto, quando, eu, sem fôlego, caí...
No buraco fundo da sociedade, caí, tão perto de ti estava mas, caí. Engoliram-me no egoísmo e na mentira, quando tu, de braços abertos para mim, me chamavas, melodiosa canção perdida, para o teu mundo, de felicidade eterna.
Quis fugir mas não me deixavam, adulavam o meu ego com efémeros prazeres dignos de Reis e Rainhas, entretinham-me com vitoriosas batalhas de onde me chegavam preciosos tesouros que saciavam a minha gula.
Mas, nada disto enchia o vazio em mim, e nos momentos de maior tristeza, quando já não havia tesouros, espectáculos sangrentos e elogios que me alegrassem, lembrava-me dos teus braços, do teu chamamento caloroso, e sentia que era de ti que precisava.
Após tantas mortes causadas por mim, pela minha cólera de não te ter, de tantos territórios destruídos, durante a minha busca vã por ti, e tantos tesouros derretidos para te poder comprar para mim, apenas para mim (óh! tão ingénua que sou!) descobri que nada iria funcionar enquanto o amor não retorna-se ao meu coração.
Então, ao ver o mundo, outrora grandioso, que destruí, ao ver mimos (falsos seres!) a rastejarem a meus pés, em busca de reconhecimento, morri, morta pela dor que a tua ausência em mim provocava.
E nesta morte, vi-te a ti, ainda, de braços abertos, aguardando-me, durante todo este tempo, onde nada fui mais do que uma poderosa, e no entanto fraca, tirana, sempre crendo na minha vil inocência, sem nunca me questionar, dando-me, para todo o sempre, tudo o que sempre necessitei.

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