Sabes que nunca fui pessoa de ter muitos amigos, não sei, nunca gostaram muito de mim, sou aqueles brinquedos giros que perdem a graça rapidamente, tu sabes isso. Sabes também que já tive algumas pessoas a quem chamei melhores amigos, era ingénua, tão ingénua.... mas essas pessoas nunca te ultrapassaram, até porque quando me tentei entregar a elas, confiar, contar aquilo que ninguém, a não ser tu, sabia, afastaram-se sem qualquer justificação... Mas tu sempre ficaste a meu lado.
Amei-te mais do que amava qualquer pessoa, eras tu que me enxugavas as lágrimas todas aquelas noites de infância, era contigo que ralhava quando as coisas não corriam bem, e era a teu lado que chorava com corriam piores ainda e era só contigo que sorria, era só contigo que falava, era só a teu lado que vivia, mais ninguém merecia que vivesse para eles. Mesmo agora, depois de tudo, daria a minha vida por ti, proteger-te-ia a todos os custos, fazia tudo, ou quase tudo, por ti.
Mas desapareceste sem deixar rasto, talvez quando mais precisava de ti, sabias que não conseguia lidar com a nova vida que vivia, e desapareceste, deixando-me quase sozinha neste novo mundo que ainda agora estou a descobrir...queria tanto descobri-lo a teu lado.
Deixaste-me com ele, querias que ele fosse a minha nova razão de viver, e de facto tornou-se...só não precisavas de ter desaparecido assim...chorei tantas noites, tu sabes, tenho a certeza que sentias cada vez que gritava o teu nome dentro de mim, escrevi-te cartas infindáveis, ainda hoje escrevo, cartas ás quais nunca respondeste.
Ainda hoje, a escrever esta carta para ti, sinto o meu coração a apertar-se, a dor nunca passa, apenas atenua, ela nunca desaparece apenas nos habituamos a ela....as lágrimas escorrem e volto a ser a menina de 8 anos que tu abrigavas, voltas a estar a meu lado, com os teus olhos verdes, brilhantes, cheios de vida (sim, tu vives mais do que a maioria das pessoas que conheço, meu querido), e absorves e anulas toda a dor e tristeza em mim e fazes-me viver, nem que seja apenas por momentos.
Saíste da minha vida sem rasto, fazendo-me imaginar os piores cenários de miséria, afirmando que precisava de viver, que precisava de me conhecer, e fiz-o de facto, mas, contigo, tinha-o feito na mesma, e tínhamos sido muito mais felizes.
Estás sozinho ou voltaste a renascer? Responde-me é tudo o que preciso de saber.
Para sempre tua.
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