Love

Apesar de amarmos loucamente e masoquistamente uma pessoa não significa que não possamos desejar outras. O amor traz sofrimento e solidão, é, estranhamente, a verdade. É normal que uma pessoa procure algo para apaziguar esse sofrimento causado pelo amor, não deveria ser acusado tão fervorosamente.

Apesar de todos procurarmos o nosso príncipe/princesa encantada, amamos sempre aquele que é totalmente o oposto ao que procurávamos, todos amamos obstáculos, e queremos que o amor seja apenas mais um obstáculo, logo, se fosse fácil, não seria um tema mundialmente famoso. Se alguém é querido para nós e tem tudo o que necessitamos, nunca o vamos amar, poderá haver uma paixão efémera, mas nunca o vamos amar realmente, mas, contrariamente a esta situação, se encontrarmos alguém que é difícil, e é totalmente o oposto a nós, é uma situação desafiadora, e, poderá, muito naturalmente, dar num amor extremamente forte.

Mas, esse amor, será doloroso, masoquista, porque nós, seres humanos, somos estúpidos o suficiente para dizer que procuramos felicidade quando na verdade não conseguiremos nunca viver na total felicidade. Se alguém nos rejeitar, vamos fazer de tudo para que essa pessoa nos aceite, porque necessitamos da aceitação das pessoas para podermos viver connosco mesmos.

Compreendo perfeitamente aquelas situações de violência doméstica onde a mulher (ou homem), vítima, diz que ama o seu agressor. Pois, sinceramente, estou numa situação semelhante, apesar de, por imensas vezes, o meu companheiro me dizer coisas não tão agradáveis, eu continuo a amá-lo e não seria nunca capaz de o deixar, apesar de, me queixar imensas vezes e de ele ter imensos defeitos que me são difíceis de aguentar.

E como o meu caso existem imensos, e, em imensos casos, a pessoa “mais fraca”, que muitas vezes é a mulher, procura sempre alguém com quem possa falar de coisas pelo qual ambos partilhem os gostos, pessoas que sejam mais semelhantes ao ser “perfeito” que ela procurava para si mesmo. Mas, a maioria das vezes acaba por se afastar dessa pessoa, e volta a ficar “sozinha” na relação cíclica de dor e sofrimento.

Irei, ao longo da minha vida, ter imensas paixões. Mas tu, meu querido, serás sempre o meu único amor.